quarta-feira, setembro 20, 2006

Para sempre nunca mais.

Sonhei sozinho
Com você
Por onde andas?
Como vai?

Sonhei sozinho
Sem você
E mesmo sem saber o porquê
Percebi que dentro de mim
Ainda percorre caminhos
Desperta sensações
Sei bem que morri para ti
Mas a lembrança é o passado
Se repetindo para sempre
Na dor
Na alegria
E mesmo saber
Você me acordou
Me tirou o sono
Como quem tira o ar
Da chama
Em cinza me deixou

Não existimos mais daquele jeito
Dias passam
Distâncias se criam
O passado bateu a porta...
Deixou um recado:

Não adianta sonhar
Melhor perder o sono
Pois amanhã nunca será como antigamente

Viva o presente!

domingo, setembro 17, 2006

Enjuvelhecer

Envelhecer
Um dia a menos.
Uma memória a mais.

Saber que amanhã não seremos os mesmos
E hoje, não é mais para sempre
Dar voz à memória, não ignorar mais os fatos
Não fugir
Amar incondicionalmente e principalmente
Aqueles que sempre nos amaram e por distração ou excesso de juventude ignoravámos

Gratidão.

Saber soletrar letra or letra o amor não expressado por palavras
O orgulho que nossos pais, irmãos e amigos sentem em nos ter como tal

Envelhecer
Deixar a cortina da urgência dar lugar ao que é
Não mais ao que parece, ao que quer parecer

Quanto mais a vida me toma os dias, menos pressa tenho. Mais tempo tenho para brincar.
Brincar. Quanto mais envelheço mais quero brincar, mais sei brincar. Menos desperdiço meus hojes por amanhãs

Menos sei de amanhã.
Mais pronto estou para viver.
E morrer.

sábado, setembro 16, 2006

Eternidade da lembrança X Eterno enquanto durar.

E se você for e não voltar?
O que eu faço com este coração?
Deixo esfarelar e o tempo soprar
Para a eternidade da lembrança?
Ou deixo na janela até alguém, inevitavelmente levar,
para a eternidade da lembrança?

Não quero sentir suas lágrimas
brotarem em meus olhos
Nem a dor tomar meu espírito
Ocupando dia-a-dia o que você
preenchia com seu amor sincero

Ser eterno enquanto durar
Mais uma irônia da vida
É horrível!
Mas eu te amo muito.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Com amor, vingança.

Sede de vingança com cheiro de formol
Bebe cem litros de fúria
Como a isca em um anzol

Dissimular simulando novas faces
Em suas palavras, sempre finjo acreditar
Mesmo sabendo o que por trás está

Se lambuzando no fel
Achando que é mel
Até secar suas emoções
derrama em mim toda sua dor
Suas desilusões
Tudo que por anos esperou
A sensação de trabalho bem feito
Ao explodir com seu ódio o meu peito

quinta-feira, setembro 14, 2006

Eu

Nada é.
Mas tudo parece ser.
A era da realidade moldada a parecer.
Todo mundo, sou eu.
No espelho se olham e pensam, eu.
Sempre eu primeiro, depois os outros.
Eu sempre sou único, mesmo cercado de tantos eus.
E quando morrer, eu vou pensar, antes ele do que eu.
Mesmo se eu morrer.
Eu.
Eu.
Eu.
Eu.
E ninguém percebe. Falam da bíblia, falam de Deus, mas não vêem o óbvio.
Todos são iguais pelo simples fato de serem eu.
E eu sou tão idiota nos dias de hoje...